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(Arquivo) A decisão da FDA não significa, contudo, que os mosquitos estão imediatamente aprovados para uso comercial, segundo um comunicado da agência federal - AFP/Arquivos

AFP

Um tipo de mosquito geneticamente modificado fabricado pela empresa britânica Oxitec não deveria representar nenhum perigo para o meio ambiente, disseram reguladores dos Estados Unidos na sexta-feira, depois de terem considerado milhares de comentários públicos.

A avaliação ambiental da agência reguladora sanitária americana, a Food and Drug Administration (FDA), para a liberação de mosquitos transgênicos da empresa Oxitec, conhecidos como OX513A, concluiu que “o teste de campo proposto não terá impactos significativos no meio ambiente”.

Os mosquitos machos são modificados geneticamente para que os seus descendentes morram antes de atingir a idade adulta, uma abordagem que a Oxitec diz que pode reduzir as populações de mosquitos Aedes aegypti, que espalham doenças virais humanas, incluindo a zika, dengue, febre amarela e chikungunya.

A decisão da FDA não significa, contudo, que os mosquitos estão imediatamente aprovados para uso comercial, segundo um comunicado da agência federal.

“A Oxitec é responsável por garantir que todos os outros requisitos locais, estaduais e federais sejam cumpridos antes de realizar o teste de campo proposto”, disse a FDA.

O Distrito de Controle de Mosquitos de Florida Keys também vai avaliar se e quando deverá começar o teste de campo proposto na ilha de Key Haven, Flórida.

O programa liberaria mosquitos do sexo masculino da Oxitec para acasalar com fêmeas selvagens do Aedes aegypti.

Apenas os mosquitos fêmeas mordem e espalham a doença.

Qualquer descendente que eles gerem morreria logo, reduzindo o tamanho da população de mosquitos.

“Os ensaios de eficácia no Brasil, Panamá e nas Ilhas Cayman testaram esta abordagem, e em cada um desses ensaios a população de Aedes aegypti foi reduzida em mais de 90% – um nível excepcional de controle em comparação com os métodos convencionais, tais como inseticidas”, disse um comunicado da Oxitec.

A perspectiva de liberar os mosquitos no arquipélago Florida Keys gerou forte oposição entre muitos residentes, e uma petição contra o teste na plataforma change.org já recebeu mais de 168.000 assinaturas.

O FDA disse que revisou milhares de comentários do público desde que emitiu um projeto de avaliação ambiental em março.

“Estamos muito satisfeitos com o anúncio de hoje que a FDA, depois de sua extensa análise do nosso dossiê e de milhares de comentários públicos sobre um teste na Flórida, publicou a sua visão final de que isso não terá um impacto significativo no meio ambiente”, disse o chefe-executivo da Oxitec, Hadyn Parry, acrescentando que a empresa está convencida de que sua solução é altamente eficaz e que cumpre os requisitos ambientais.

Defensores dos mosquitos transgênicos dizem que estes poderiam ser um elemento essencial na luta contra o zika, uma vez que os mosquitos que carregam o vírus podem se reproduzir em pequenas quantidades de água e podem ser difíceis de matar com pesticidas.

Os Estados Unidos estão agora entre os cerca de 50 países e territórios do mundo, a maioria deles na América Latina e no Caribe, afetados pelo vírus zika.

O estado da Flórida anunciou nesta semana 16 casos de infecção pelo vírus transmitidos localmente por mosquitos desde julho, todos em um mesmo bairro de Miami.

Na maioria das vezes, o zika causa apenas sintomas brandos, e a doença passa despercebida em 80% dos casos.

No entanto, o vírus é particularmente perigoso para as mulheres grávidas, visto que pode causar danos permanentes ao feto em desenvolvimento, incluindo a microcefalia, uma condição na qual o bebê nasce com o crânio e o cérebro menores que a média.

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