A Gilead Sciences concordou em pagar US$ 32,50 por ação em dinheiro, ou cerca de US$ 4,3 bilhões, para adquirir a CymaBay Therapeutics, ganhando o candidato a medicamento para colangite biliar primária (PBC) seladelpar. O agonista oral PPARδ está atualmente sob revisão pelo FDA com uma decisão esperada para 14 de agosto.
"Estamos ansiosos para avançar o seladelpar, aproveitando [nossa] experiência de longa data no tratamento e cura de doenças hepáticas", comentou o CEO da Gilead, Daniel O'Day. A empresa já tem uma série de medicamentos no mercado para o tratamento de hepatites virais, com seus medicamentos desempenhando um papel fundamental na transformação da hepatite C de uma condição crônica para uma que pode ser curada.
O analista da BMO Capital Markets, Evan Seigerman, sugeriu que o acordo ajudará a Gilead a "continuar a pintar a história para o crescimento além de seu negócio principal".
O acordo ocorre no momento em que a Gilead vem de uma série de contratempos clínicos. Nas últimas semanas, a empresa disse que seu medicamento contra o câncer Trodelvy (sacituzumab govitecan-hziy) falhou em melhorar significativamente a sobrevida de pacientes previamente tratados com um tipo de câncer de pulmão, e que seu tratamento antiviral oral experimental contra COVID-19 obeldesivir não atingiu o objetivo principal em um teste com pacientes não hospitalizados.
Mais recentemente, mais uma suspensão da FDA e um possível sinal de mortalidade em alguns estudos levaram a empresa a parar de desenvolver seu anticorpo anti-CD47 magrolimab em cânceres sanguíneos.
O pedido de comercialização do seladelpar baseia-se nos resultados do ensaio clínico RESPONSE de Fase III, em que o medicamento alcançou significância estatística em relação ao placebo em todos os parâmetros compostos primários de resposta bioquímica, normalização da fosfatase alcalina aos 12 meses e melhoria do prurido. Analistas da HC Wainwright estimam que, se aprovado, o seladelpar gerará um pico de vendas nos EUA de US$ 2,9 bilhões em 2036.
A aquisição da Cymabay, que representa um prêmio de 27% em relação ao preço de fechamento de suas ações em 9 de fevereiro, foi aprovada pelos conselhos de ambas as empresas e deve ser concluída no final deste trimestre.
Fonte: Gilead
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