O acordo de licenciamento voluntário facilitará o acesso ao medicamento cabotegravir, que oferece até dois meses de proteção contra o vírus
by Bethânia Nunes | Metrópoles
A farmacêutica GSK anunciou, nesta quinta-feira (28/7), um acordo que permite a fabricação da versão genérica do cabotegravir de longa ação (LA), um medicamento injetável indicado para a prevenção do HIV, por outros laboratórios.
Por meio de um acordo de licenciamento voluntário para patentes, apoiado pelas Nações Unidas, fabricantes de genéricos selecionados poderão desenvolver, fabricar e fornecer versões do cabotegravir para profilaxia pré-exposição (PrEP) em 90 países menos desenvolvidos, de renda baixa e média, e da África Subsaariana.
De acordo com a chefe da divisão de HIV da GSK, Deborah Waterhouse, os primeiros genéricos só estarão disponíveis em 2026.
A profilaxia pré-exposição (PrEP) é um método de prevenção à infecção, até então, disponível apenas com o uso diário de pílulas que permitem ao organismo de uma pessoa HIV-negativa se preparar para enfrentar um possível contato com o vírus. Ou seja, o corpo do indivíduo desenvolve defesas para o caso de uma relação sexual de risco.
O medicamento
O cabotegravir é a primeira opção de prevenção injetável. Ele oferece até dois meses de proteção contra infecção após uma única injeção intramuscular, com eficácia superior às opções disponíveis em formato de pílula, segundo estudos. O medicamento recebeu aprovação do Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos no fim de 2021.
Atualmente, um ciclo de seis doses do medicamento injetável é vendido por US$ 22.000 nos Estados Unidos (cerca de R$ 114.107 no câmbio atual). Valor similar à venda de pílulas para uso no mesmo período. Especialistas estimam que o valor da profilaxia anual com cabotegravir poderá cair para apenas centenas de dólares por pessoa após o acordo.
O vice-diretor executivo do UNAIDS, Matthew Kavanagh, acredita que com a redução significativa do valor final será improvável que governos de países mais pobres e órgãos de financiamento da saúde se neguem a adquiri-lo. (Com informações da agência Reuters)
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