Exame
Jornalista: Patrícia Berton
11/11/19 - Quatro anos atrás, de cada três líderes do laboratório Merck no Brasil, apenas um era mulher. Em 2018, as mulheres já respondiam por 44% dos líderes na subsidiária brasileira da multinacional alemã. Até 2023, a meta é ter uma mulher em cargo de liderança para cada homem na mesma posição. Para chegar à equidade de gênero, a empresa criou um programa batizado de WIL (Women in Leadership, ou “mulheres na liderança”), baseado nos sete Princípios de Empoderamento das Mulheres, da ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas que promove a valorização feminina. O WIL está assentado em três pilares: recrutamento e seleção, treinamento e mento-ria. Em todo processo seletivo, é obrigatório que haja pelo menos uma mulher entre os dois finalistas. Nos treinamentos, há mais mulheres do que homens — das pessoas que participaram dos treinamentos oferecidos em 2018, 65% são mulheres. E funcionárias reconhecidas por seu talento ganham um mentor, que as ajuda a crescer profissionalmente.
Além da equidade de gênero, a Merck promove iniciativas voltadas para o aumento da diversidade e da inclusão. Para isso criou seis grupos de trabalho com objetivos específicos, que incluem temas como pessoas com deficiência, vulnerabilidade social, orientação sexual e idade.Mais de 100 funcionários participam desses grupos. “Temos avançado, gerando consciência, falando bastante desses temas, discutindo-os abertamente e incluindo-os nos âmbitos das contratações e dos planos de sucessão”, afirma Pedro Galvis, presidente da Merck no Brasil.
Várias atividades são criadas buscando inserir as pessoas em realidades diferentes das suas, como falar em Libras. São promovidos também treinamentos voltados para vieses inconscientes (tomadas de decisão guiadas por comportamentos inconscientes, carregados de preconceitos). “Os resultados são muito palpáveis”, diz Galvis. Um exemplo é o índice de contratação de pessoas com deficiência: a Merck atingiu a cota três anos atrás, em 2016. No ano passado, chegou a 116% da cota.
Outro indicador de destaque é a participação dos funcionários na pesquisa anual de engajamento, que é global e feita por uma empresa independente. No Brasil, 92% da equipe participa, de forma anônima. “Nossos funcionários abraçam nossas iniciativas”, afirma Galvis. A decisão de responder à pesquisa é facultativa. Os resultados do levantamento são usados para indicar o sucesso ou o insucesso das decisões e do modo de operar da empresa, apontando onde é preciso melhorar, incluindo o estilo das lideranças.
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