O medicamento, vendido sob a marca Zedora, é uma terapia alvo contra câncer de mama HER2+, um tipo de tumor mais agressivo que responde por cerca de 20% dos casos. O tumor tem incidência entre mulheres mais jovens e costuma levar tempo para ser diagnosticado.
O Zedora reproduz o princípio ativo do trastuzumabe, medicamento usado hoje no combate do tumor HER2+ cuja dose custa cerca de R$ 10 mil. De acordo com a Libbs, o Zedora deve ser oferecido a um preço mais baixo, mas o valor ainda não foi divulgado.
Trastuzumabe
O trastuzumabe é usado no Brasil desde 1999, quando foi aprovado pela Anvisa. À época, foi considerado uma revolução no tratamento do tumor HER2+, que tinha um prognóstico muito negativo, afirma Marina Sahade, mastologista do hospital Sírio Libanês.
O SUS demorou para incorporá-lo. Ele é oferecido pela rede pública para tratamento de tumores em fase inicial desde 2013. Em agosto do ano passado, o SUS ampliou seu uso para pacientes com câncer metastático, tratamento mais longo e mais caro que o do tumor em fase inicial.
Ampliação do acesso
Por conta do alto custo da medicação, o acesso a pacientes na rede pública é mais difícil que por planos de saúde. No SUS, é preciso realizar exames que comprovem a positividade do HER2+ para iniciar o tratamento.
“O importante é que a paciente que precise receba, o quanto antes, o tratamento. Seja o trastuzumabe ou o Zedora. Há esperança que a chegada do biossimilar amplie esse acesso”, diz Sahade.
Inicialmente, o remédio será importado da Biocon, uma farmacêutica indiana que fará a transferência de tecnologia para a indústria brasileira e também para o Instituto Butantan por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).
Quando o processo terminar, em até cinco anos, o medicamento será produzido no Brasil, na fábrica da Libbs, localizada em Embu das Artes (SP). O Zedora estará disponível nas instituições de tratamento oncológicos do SUS e na rede privada. Segundo o laboratório, ele será coberto por planos de saúde.
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