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Tecpar/Divulgação - O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será responsável por todas as etapas, desde a pesquisa até a distribuição das doses da vacina russa, desde que haja liberação da Anvisa

Por G1 PR — Curitiba

O diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, afirmou nesta terça-feira (11), em entrevista à Globonews, que não se pode queimar etapas até uma possível produção da vacina russa contra o novo coronavírus no estado.

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Está prevista para quarta-feira (12) a assinatura de um convênio do Governo do Paraná com a Rússia para produzir a vacina Sputnik V. O anúncio foi feito horas após o presidente russo, Vladimir Putin, divulgar a vacina como a primeira registrada no mundo.

A vacina russa é questionada pela comunidade internacional porque ainda se sabe pouco sobre sua eficácia. O site oficial sobre a pesquisa afirma que, em 1° de agosto, os testes das fases 1 e 2 foram concluídos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que sejam realizadas três etapas de testes.

"Importante essa assinatura do Governo do Paraná e a Rússia para que o intercâmbio seja viabilizado. Cada passo no seu momento adequado. Não podemos queimar etapas. Não podemos dar saltos em se tratando de um assunto extremamente sério", afirmou.

Resumo

  • Convênio deverá ser assinado pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e pelo embaixador da Rússia, Sergey Akopov, na tarde desta quarta-feira (12).
  • Anvisa ainda precisa liberar realização dos procedimentos necessários para os testes.
  • O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será responsável por todas as etapas, desde a pesquisa até a distribuição das doses da vacina russa, desde que haja liberação da Anvisa.
  • Previsão é que distribuição no Paraná não comece antes do segundo semestre de 2021.
  • Governo paranaense vinha discutindo parceria com Rússia desde julho.
  • Atualmente, três vacinas contra o novo coronavírus e que estão em estágios mais avançados de pesquisa são testadas no Brasil. Duas vacinas são de laboratórios chineses e a terceira da Universidade de Oxford.

Callado destacou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será o balizador da continuidade ou não do intercâmbio para a vacina. O Tecpar ainda não teve acesso às informações da pesquisa russa.

"Avançaremos se tivemos informações necessárias para tanto. Não existirão compromissos de produção enquanto as etapas não forem consolidadas e não forem liberadas pela Anvisa e pela Comissão de Ética em Pesquisa", explicou o diretor-presidente do Tecpar.

Segundo o governo do Paraná, o passo seguinte à assinatura do acordo é o compartilhamento do protocolo russo com a Anvisa, para que a agência brasileira libere a realização dos procedimentos necessários para os testes.

Callado foi taxativo ao afirmar que, caso o instituto não tenha as informações científicas necessárias, o Paraná poderá desistir do acordo. "Vamos buscar o caminho mais seguro possível e que tenha a melhor eficácia nesse processo", disse.

Por meio de nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o laboratório russo responsável pelo desenvolvimento da vacina não apresentou nenhum pedido de análise desta vacina pela agência. Veja a nota no fim da matéria.

“Antes da liberação, não há possibilidade de colocar nada em prática. Reitero que a prudência e a segurança são palavras-chave nesse processo”, declarou o presidente do Tecpar.

"É importante essa assinatura para que essa condição de troca de informações comece", afirmou Callado. Segundo ele, a não ser que se tenha resultados surpreendentes, uma possível distribuição da vacina é prevista para o segundo semestre de 2021.

Vacina russa

Após o anúncio do registro da vacina pelo presidente russo, a OMS declarou nesta terça que a Rússia "não precisa de sua aprovação [da OMS" para registrar a vacina. No entanto, a entidade precisará ter acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e a segurança da imunização para poder aprová-la.

Conforme as informações do site da vacina russa, o Brasil vai participar da fase 3 dos estudos clínicos. A Anvisa informou que testes só poderão ocorrer após a liberação da agência. Ainda não há o pedido para isso e nem uma data para ocorrer, ainda conforme a Anvisa.

O site russo informou que deve haver voluntários da própria Rússia, dos Emirados Árabes, da Arábia Saudita e do México.

Instituto paranaense foi procurado por russos

Ao anunciar a parceria com a Rússia, o presidente do Tecpar disse estar otimista com a possibilidade de ter resultados positivos com a imunização. Contudo, o presidente do instituto ressaltou em, entrevista à GloboNews, que a produção e a distribuição serão pautadas pela segurança e prudência.

"É um laboratório de referência em termos internacionais. Após esse ajuste com o governo da Rússia, as tratativas tecnológicas e científicas começam. É importante nos pautarmos com prudência, segurança e transparência dentro desse processo", afirmou Jorge Callado.

Sobre a parceria entre o estado e o governo russo, Callado contou que o Tecpar foi procurado pela embaixada Russa porque o instituto é reconhecido pela inovação.

Pesquisas

Ao todo, 165 vacinas contra a Covid-19 estão sendo pesquisadas em todo o mundo, segundo os dados da OMS no dia 31 de julho. Cinco dessas imunizações estão na fase final de testes em humanos (a fase 3).

Em julho, foi anunciado o início dos testes de uma vacina chinesa contra o novo coronavírus no Brasil. No Paraná, profissionais de saúde voluntários - público considerado mais exposto ao contágio - foram os primeiros a receber as doses da pesquisa chinesa.

O que diz a Anvisa

"Até o momento o laboratório russo responsável pelo desenvolvimento da vacina não apresentou nenhum pedido de autorização de protocolo de pesquisa ou de registro da vacina para a Anvisa. Também não há solicitação de qualquer entidade ou parceiro da referida vacina.

A análise da Anvisa começa a partir da solicitação do laboratório farmacêutico.

Desta forma, não é possível para a Agência fazer qualquer avaliação ou pronunciamento em relação a segurança e eficácia deste produto antes que tenha acesso a dados oficiais apresentados pelo laboratório.

Também não é possível fazer qualquer afirmação sobre expectativa de aprovação e de tempo antes que haja uma solicitação formal à Anvisa desta vacina específica.

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