Japan Maihara

AstraZeneca - Japan Maihara - imagem divulgação

 

  • Farmacêutica que ganhou fama ao desenvolver vacina contra Covid-19 em tempo recorde
  • Companhia já investiu mais de US$ 400 milhões em projetos de reflorestamento no mundo
  • Desses, R$ 350 milhões somente no Brasil para reflorestamento da Mata Atlântica em SP

Foi um trabalho de dez anos realizado em dez meses. Essa frase ficou conhecida após a aprovação da vacina contra a Covid-19, em dezembro de 2020, pelo órgão regulador de saúde do Reino Unido e se refere ao tempo recorde para criar o imunizante, em parceria da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca com a Universidade de Oxford. Elas desenvolveram, produziram e distribuíram a vacina a preço de custo, em um dos primeiros sopros de esperança naquele período sombrio da história recente.

Passado o pesadelo pandêmico, a AstraZeneca segue em busca de manter sua imagem positiva. Ancorada nas iniciativas ESG, a companhia tem metas ousadas, como a de zerar globalmente até 2030 suas emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa.

Nas operações brasileiras, a empresa já conseguiu atingir 100% da meta.

Para o restante das operações mundo afora, reduziu as emissões em 67% de 2015 a 2023, considerando as relacionadas com a empresa, além das emissões indiretas, provenientes da energia elétrica adquirida para uso da companhia.

Somente no último ano a diminuição foi de 14%. Para 2026, o corte nas emissões globais deverá ser de 98%.

A relação da empresa com o meio ambiente não é nova e tem um toque da realeza. Antes de ser coroado, o rei Charles III, da Inglaterra, solicitou ao CEO global da AstraZeneca que a companhia binacional liderasse o processo de transição verde na área de saúde, responsável por 5% das emissões globais de CO2.

 

‘VACINA VERDE’

Para o diretor geral da AstraZeneca no Brasil, Olavo Corrêa, a questão climática é a maior crise de saúde pública do nosso tempo. Ao receber a reportagem da DINHEIRO na fábrica de medicamentos em Cotia (SP), Corrêa destacou que o foco das ações da empresa é atuar na prevenção das condições causadas pelas alterações climáticas, como câncer, doenças respiratórias, problemas cardíacos e doenças infecciosas, que, segundo ele, já causam mais de 10 milhões de mortes por ano no mundo.

A farmacêutica trabalha na inovação científica com cerca de 100 estudos clínicos em parcerias com mais de 200 centros médicos em todo o mundo
Para reverter esse quadro, a empresa decidiu fazer algo produtivo e escalável pelo meio ambiente. Uma das iniciativas implementadas foi o AZ Forest, projeto no qual foram investidos mais de US$ 400 milhões globalmente, dos quais R$ 350 milhões somente no Brasil para reflorestamento da Mata Atlântica no estado de São Paulo. “Serão mais de 12 milhões de árvores plantadas por aqui”, diz o executivo. A área reflorestada vai corresponder ao tamanho de 38 parques Ibirapuera e mais de 6 mil campos de futebol.

Até o momento, já foram plantadas 1 milhão de árvores na frente brasileira do projeto, o que gerou mais de 450 empregos na região do Pontal do Paranapanema. “Queremos ser exemplo e mostrar que atuar na saúde é ir além do tratamento. É atuar antes das doenças, no ambiente e na conscientização”, afirmou o executivo. Em todo o mundo, o AZ Forest global pretende plantar 200 milhões de árvores.

O recém-lançado relatório de sustentabilidade da companhia trouxe outros dados que contribuem para o esforço de atingir a meta de carbono zero até 2030. Entre eles:

• obter 95% da eletricidade de fontes renováveis, com a meta de chegar a 100% até 2025;

• reduzir 19,5% na pegada hídrica (20% até 2025);

• além de usar 97,6% das embalagens e de materiais à base de papel oriundos de fontes sustentáveis.

 

INOVAÇÃO

Por mais que a pauta ESG esteja no centro das atenções da AstraZeneca, a faramcêutica também trabalha na inovação científica, com um robusto pipeline de novos medicamentos previstos para serem lançados até 2030. São cerca de 100 estudos clínicos em parcerias com mais de 200 centros médicos de referência para a realização dessas pesquisas.

Em 2023, a AstraZeneca liderou as aprovações regulatórias no Brasil, com mais de 14 aprovações para as diversas áreas terapêuticas da companhia, como oncologia, cardiovascular, renal, metabólica, respiratória, imunológica, e doenças raras. Até 2030, a empresa pretende lançar 20 novos medicamentos.

98% de corte nas emissões de gases efeito estufa até 2026 é uma das metas da AstraZeneca, que pretende chegar a 100% até 2030
O Brasil é um dos mercados prioritários para a AstraZeneca e líder na América Latina. Segundo a consultoria Iqvia — focada em dados do setor de saúde — cerca de 30% do faturamento da empresa no Brasil vem do setor público. Apenas este ano já foram lançados cinco novos medicamentos, além do hub de inovação em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP (IPT), uma iniciativa mundial da AstraZeneca que se interliga com outros hubs ao redor do mundo.

 

O total investido globalmente em P&D foi de US$ 10,9 bilhões em 2023.

• Isso significa que 25% das receitas são revertidas para pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos.

• No último ano, a companhia faturou US$ 45 bilhões.

• A empresa mantém atividades de P&D em cerca de 60 países.

• No Brasil, são mais de 70 pesquisas clínicas em andamento.

“Um dos objetivos é transformar a vida dos pacientes com câncer”, afirmou Corrêa, citando que a maior parte dos pacientes com câncer de pulmão recebe diagnostico tardiamente e sua taxa de sobrevida é muito curta.

Segundo ele, apenas 18% dos pacientes sobrevivem após 5 anos. “Com um novo medicamento, consiguiremos sair de 18% para 36% de pacientes vivos após esse período”, disse.

A companhia também tem orgulho de afirmar que contrata uma quantidade de funcionários PCDs acima da cota exigida em lei. Além disso, 56% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.

A empresa tem, internamente, sete grupos de discussão ativos sobre diversidade e inclusão, como para pessoas negras, para mulheres, neuro diversos, entre outros.

O benefício maternidade também foi estendido aos pais, que têm direito a três meses de licença e podem ficar em casa após o retorno da mãe ao trabalho. Um conjunto de práticas ESG que vai muito além do necessário plantio de árvores.

 

Fonte: ISTOÉ DINHEIRO

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