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Estudo com dados da Cleveland Clinic ressalta a importância de tratar a obesidade como uma doença crônica

Hoje, dados de um estudo observacional retrospectivo conduzido usando o registro eletrônico de saúde na Cleveland Clinic, mostram que a perda de peso no mundo real pode estar associada a um risco reduzido de cânceres relacionados à obesidade. Os resultados foram apresentados como um pôster tardio na84ª Sessão Científica da Associação Americana de Diabetes® (ADA) em Orlando, FL.

No geral, 78% das pessoas com diabetes têm obesidade clínica. A obesidade está ligada a maiores riscos de pelo menos 13 tipos de câncer devido ao excesso de estrogênio e insulina elevada, incluindo câncer de mama, rim, ovário, fígado e pâncreas. Há uma necessidade crescente de entender melhor a associação entre diabetes, obesidade e câncer e os tratamentos correspondentes.

O estudo incluiu um total de 172 pacientes, incluindo 100.143 no braço controle e 5.329 casos. A mediana do índice de massa corporal (IMC no momento da censura (kg/m2.) foi de 34,2 para casos e 34,5 para controles, considerados portadores de obesidade pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC). A associação entre a mudança percentual no índice de massa corporal (IMC) com intervalos de três, cinco e 10 anos antes do diagnóstico de câncer (para casos) versus controles para cada desfecho de câncer foi avaliada por meio de modelos de regressão logística. O desfecho primário deste estudo mostra 13 cânceres relacionados à obesidade encontrados. O desfecho secundário deste estudo foi destacado com a ocorrência de outros 16 tipos de câncer, incluindo melanoma e outras neoplasias malignas da pele, bem como cânceres relacionados ao trato urinário, tecidos hematopoiéticos e linfoides, órgãos respiratórios e intratorácicos, órgãos genitais masculinos, órgãos genitais femininos, olhos, cérebro e outras partes do sistema nervoso central, e órgãos digestivos.

Neste estudo, os dados mostram que a perda de peso no mundo real está associada a um risco reduzido de cânceres relacionados à obesidade. Os resultados mostram um risco reduzido de desenvolver cânceres relacionados à obesidade com perda de peso em três anos (OR 0,99, IC95% [0,984, 0,996]) e cinco anos (OR 0,989,95% IC [0,983-0,995]), e para outros tipos de câncer para todos os intervalos de tempo (ORs<1, P <0,001). O risco foi reduzido para carcinoma de células renais (três anos), mieloma múltiplo (10 anos) e câncer de endométrio (três e cinco anos) entre os desfechos primários de câncer (P<0,05).

"Este estudo reforça o quão crucial é tratar a obesidade como uma doença crônica", disse Kenda Alkwatli, MD, Clinical Fellow da Cleveland Clinic e autora do estudo. "Estamos esperançosos de que esses resultados possam nos ajudar a entender melhor como podemos usar a perda de peso para abordar comorbidades, incluindo câncer em pacientes com obesidade."

Este estudo é um exemplo de por que mais pesquisas são necessárias para determinar se o risco de câncer é influenciado pela quantidade, taxa e método de perda de peso. Estudos futuros se concentrarão e testarão para ver se medicamentos antiobesidade específicos podem reduzir o risco de câncer.