As ações da Pfizer acumulam uma queda de 42,9% em 2023
A empresa vai interromper os testes de sua pílula contra a obesidade, segmento que é a nova onda do setor. Como efeito colateral, suas ações chegaram a cair mais de 6% em Nova York
Depois do sucesso das vacinas durante a crise da Covid-19, os remédios para combater a obesidade estão se tornando um dos novos focos da indústria farmacêutica. Mas há casos de projetos que talvez tenham se empolgado demais com o segmento.
Na sexta-feira, 1º de dezembro, a Pfizer anunciou ao mercado que vai encerrar o desenvolvimento de uma versão do Danuglipron, comprimido para o tratamento da obesidade, que seria tomado duas vezes ao dia.
A decisão foi baseada nos altos níveis de efeitos adversos nos pacientes durante os ensaios clínicos. Por outro lado, a companhia americana disse que continuará os testes para uma versão com uma dose diária, com resultados esperados para o primeiro semestre de 2024.
“Os resultados dos ensaios atuais e futuros da formulação do Danuglipron uma vez ao dia irão orientar sobre um possível caminho a seguir com o objetivo de melhorar o perfil de tolerabilidade e otimizar tanto o desenvolvimento do ensaio como sua execução”, declarou Mikael Dolsten, presidente e diretor científico da área de pesquisa e desenvolvimento da Pfizer.
A escolha de não prosseguir para a terceira fase dos estudos foi revelada junto com os principais resultados da fase 2 do projeto. Nessa etapa, entre outros dados, o Danugliprom com duas dosagens ao dia registrou níveis médios de redução de peso nos pacientes de 6,9% a 11,7%.
No comunicado, a Pfizer observou que os efeitos adversos mais frequentes foram leves e de natureza gastrointestinal, compatíveis com o remédio. Mas destacou que as reações ocorreram com taxas elevadas. Um dos exemplos foram as náuseas, com índices de até 73%.
Negociadas na Bolsa de Nova York, as ações da Pfizer não ficaram imunes aos anúncios dessa sexta-feira. Os papéis chegaram a cair mais de 6% na manhã de hoje e, por volta das 12h20 (horário local) recuavam 4%, cotados em US$ 29,25, dando à empresa um valor de mercado de US$ 165,3 bilhões.
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