Por que remédios têm nomes estranhos?

i591329.jpeg

Os remédios passam por um processo cuidadoso na hora de ter seu nome escolhido, evitando confusões e enganos médicos (Imagem: demopicture/envato)

 

by Por Augusto Dala Costa | Editado por Luciana Zaramela | Canaltech

 

Se você já se aventurou pelo mundo dos fármacos, tanto comprando remédios para você ou para a família ou simplesmente passeando pelos corredores de uma farmácia, deve ter se deparado com a seguinte pergunta: por que os remédios têm nomes tão estranhos? Quem é que pensa nessas terminologias?

Embora possam parecer até piada pela sua complexidade, os nomes dos remédios são regularizados, e muito — tudo para evitar que sejam confundidos com outros medicamentos, acabem significando algo ruim em uma língua estrangeira ou infrinjam algum direito autoral (que inclui nomes de outros produtos, não só de remédios).

Erros na hora de escolher nomes são caros: segundo especialistas, o processo de escolha pode demorar de alguns meses a anos até a aprovação, custando de US$ 75 mil (cerca de R$ 380 mil) a até US$ 250 mil (cerca de R$ 1,2 milhão). Para um nome que será usado para sempre — caso não entre em conflito com um medicamento existente, o que pode acontecer — o processo precisa ser complexo.

 

Nomes grandes

E se você acha os nomes complicados agora, espere alguns anos: eles se tornarão cada vez mais complexos. Só nos Estados Unidos, há 30 mil medicamentos sendo comercializados, e a agência reguladora do país, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), tem aprovado cerca de 50 novos nomes de marca todo ano. O trabalho não é só da saúde, mas também do departamento comercial, de marketing, jurídico e regulatório.

Atualmente, as empresas buscam nomes que funcionem no mundo todo, evitando criar tantas marcas diferentes. O remédio conhecido aqui como paracetamol, por exemplo, é chamado de acetaminophen nos EUA, o que pode gerar confusão para alguns pacientes.

Para evitar conflitos e diferenças, as equipes responsáveis das empresas e agências reguladoras discutem centenas de nomes e utilizam até softwares que analisam sílabas e sons, evitando nomes que possam ser lidos de forma semelhante, apesar de serem escritos de forma diferente, como Zantac e Xanax, por exemplo. 

Como as farmacêuticas criam nomes marcantes como Viagra

Os nomes têm se tornado cada vez mais longos: compare o Viagra, criado em 1998, com o Tecfidera, remédio para esclerose múltipla aprovado em 2013. Eles têm três e quatro sílabas, o que está se tornando cada vez mais comum: em 2015, 15% das novas marcas de remédio eram desse tamanho. À medida que mais remédios são criados, os nomes vão ficando mais complexos e mais longos.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob