Com o autoteste, o cidadão pode coletar a própria amostra (fluido oral ou sangue) e conferir o resultado em até 20 minutos - Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
Com a distribuição na rede pública, os cidadãos poderão retirar o autoteste nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), coletar a própria amostra (fluido oral ou sangue) e conferir o resultado. De acordo com o Ministério da Saúde, o teste vai aumentar a autonomia do indivíduo, descentralizar serviços e criar demanda de testes de HIV entre aqueles não alcançados pelos serviços ou que precisam ser testados com mais frequência devido à exposição contínua ao risco.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="4150813131">Isso significa que mais pessoas terão acesso ao diagnóstico, aumentando o alcance da oferta de tratamento gratuito pelo SUS. Consequentemente, poderá reduzir a taxa de transmissão e controlar situações de epidemia, uma vez que pessoas em tratamento podem chegar a ter carga viral indetectável e, assim, não transmitir o HIV.
“Em vez de ficar infectado por anos e manter a cascata de transmissão, se o paciente sabe o diagnóstico de forma precoce, ele vai começar a terapia antirretroviral e, se alcançar uma carga viral indetectável por seis meses, ela se torna incapaz de transmitir o HIV”, explica a infectologista Roberta Schiavon, membro do Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Serão 400 mil autotestes distribuídos nas unidades de saúde que, atualmente, já oferecem o teste rápido. O projeto-piloto de distribuição gratuita do autoteste já foi realizado em cidades de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas e Paraná.
Controle epidemiológico
A decisão de distribuir autotestes foi uma resposta aos números: entre 2013 e 2017, houve uma queda expressiva de 16% dos óbitos por Aids no Brasil. No entanto, o País foi um dos únicos do mundo que, nos últimos anos, registrou aumento na incidência da doença.
O problema maior é com a população de jovens Homens que fazem Sexo com Homens (HSH). Dados do Ministério da Saúde apontam que 73% das novas infecções de HIV ocorrem em pessoas do sexo masculino. Nesse universo, mais de 70% dos casos está na faixa etária entre 15 a 39 anos.
Como funciona?
O autoteste funciona de duas maneiras: com punção digital (feito com uma gota de sangue) e fluido oral (com material colhido na mucosa da boca). Uma das principais vantagens é a conveniência e comodidade para quem procura saber se está infectado com o vírus. “O cidadão terá acesso ao diagnóstico no momento em que puder ou desejar fazer o autoteste”, explica Sérgio D’Ávila, gerente de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Apoio completo
Apesar de todas as facilidades e benefícios do autoteste, nos casos em que o resultado é positivo, o momento da descoberta pode ser muito difícil emocional e psicologicamente. “O autoteste é uma ferramenta bastante interessante, com uma boa sensibilidade e especificidade. Ele vem com uma bula que explica exatamente como deve ser feita a coleta do material. Apesar disso, não é fácil se autodescobrir infectado”, explica Roberta Schiavon.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="4150813131">Tanto nas caixinhas que já são comercializadas quanto naquelas que serão distribuídas pelo SUS no próximo ano, haverá um número de telefone gratuito, por meio do qual a pessoa receberá apoio. Esse atendimento vai estar disponível 24h por dia. “O paciente vai receber, além do apoio emocional, orientação sobre o que fazer e para onde ir para fazer o teste confirmatório”, explica Roberta.
Após o resultado positivo, o paciente deve ligar imediatamente para o número disponível na embalagem do autoteste. Se estiver impossibilitado de fazer a ligação, deve procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou o Centro de Referência em DST/Aids mais próximo para fazer o teste confirmatório, que é indispensável, e começar a terapia antirretroviral o mais rápido possível.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e da Sociedade Brasileira de Infectologia
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