imagem: Sohu
Medicamento de alto custo será ofertado em até 180 dias e promete melhorar sobrevida e qualidade de vida de crianças com neuroblastoma de alto risco
Por Agência Brasil
O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer, em até 180 dias, um importante medicamento usado no tratamento de pacientes com neuroblastoma, terceiro tipo de câncer mais recorrente em crianças. A disponibilização e o prazo para oferta pelo SUS do Qarziba, nome comercial do betadinutuximabe, consta em portaria do Ministério da Saúde publicada esta semana.
A medicação é indicada para o tratamento de neuroblastoma de alto risco, que envolve pacientes que já tem a doença disseminada, com metástases para outros órgãos. De acordo com o médico oncologista pediátrico Lauro Gregianin, chefe do Serviço de Oncopediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Qarziba é uma imunoterapia aplicada após as fases de cirurgia e quimioterapia ou radioterapia.
"O Qarziba está indicado em todos os pacientes com neuroblastoma considerados de alto risco após serem submetidos a quimioterapia chamada de indução, após terem ressecado o tumor que normalmente é intra-abdominal, aí se introduz a imunoterapia como um complemento a esse tratamento anterior", explica.
Gregianin ressalta que essa medicação é amplamente usada em pacientes nos Estados Unidos e Europa e possibilita um ganho importante na sobrevida dos pacientes. "A sobrevida aumenta de mais ou menos 40% a 50 para 10% adicionais", afirma.
Ainda segundo o oncologista, o Brasil registra aproximadamente 500 casos da doença anualmente. O neuroblastoma afeta principalmente crianças entre 2 e 3 anos, atingindo geralmente a glândula suprarenal, que fica acima dos rins.
O medicamento teve o uso autorizado pela Anvisa em 2021. No ano passado, após pedido feito pelo próprio fabricante do Qarziba, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou sua inclusão no SUS para o tratamento de neuroblastoma de alto risco.
Até então, famílias precisavam recorrer à Justiça para obter a medicação. De acordo com relatório da Conitec, as compras públicas feitas pelo SUS vão ajudar na redução dos preços pagos. A estimativa é que o custo total da aquisição do Qarziba, ao final de cinco anos, seja de R$ 107,8 milhões.
*Com produção de Dayana Vitor e informações da Agência Brasil
Comentários