Centro de tratamento de ebola dos Médicos Sem Fronteiras em Monróvia, na Libéria - Pascal Guyot / AFP
Empresa farmacêutica garante 300 mil doses da vacina para 2017
GENEBRA — Uma vacina experimental contra o vírus ebola se mostrou 100% eficaz, de acordo com um estudo publicado na The Lancet na quinta-feira. Os resultados finais dão esperança a uma melhor proteção contra a doença que devastou alguns países africanos em 2014, matando mais de 11 mil pessoas.
— O ebola deixou um legado devastador em nosso país. Estamos orgulhosos de podermos contribuir para o desenvolvimento de uma vacina que irá ajudar na prevenção contra a doença em outros países — disse Jeita Sakoba, diretor da agência nacional de saúde na Guiné.
A vacina foi aplicada em torno de 5.800 pessoas no ano passado na Guiné, quando o surto da doença estava em queda. Todos os imunizados tiveram contato algum paciente com o vírus . Eles receberam a vacina imediatamente ou três semanas depois. Após um período de espera de 10 dias, nenhum caso da doença foi registrado. Entre os que não receberam imediatamente a vacina, houve 23 casos de ebola.
Algumas pessoas que foram imunizadas relataram dores de cabeça, fadiga e dores musculares. Dois pacientes apresentaram reações graves, incluindo que teve uma reação alérgica
Poucos meses após os primeiros testes, a Organização Mundial da Saúde disse que os resultados preliminares eram um "desenvolvimento extremamente promissor". A vacina foi fabricada pela Merck, Sharp & Dohme e está sendo acelerada pelas agências reguladoras dos EUA e da Europa. A companhia farmacêutica prometeu garantir que 300 mil doses da vacina estarão disponíveis no caso de um novo surto de ebola. Ele vai submeter a vacina para licenciamento até o final de 2017.
O vírus apareceu pela primeira vez na África em 1976 e causou surtos periódicos principalmente na África central, mas nunca com resultados tão mortais quanto o surto da África Ocidental. Muitas tentativas de vacina anteriores falharam. Entre os obstáculos: a natureza esporádica dos surtos e falta de financiamento.
Fonte EPharma
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