Já imaginou uma vacina que protegeria definitivamente contra todas as epidemias de gripe?
A cada ano uma nova receita da vacina contra a gripe precisa ser desenvolvida para combater a variedade sazonal do vírus. Mas a necessidade dessa constante adaptação pode estar com os dias contados. Isso porque a ciência está cada vez mais próxima de desenvolver uma vacina universal, que protege contra diferentes tipos e mutações do influenza, o causador da gripe.
Um passo importante foi dado por um grupo de cientistas dos EUA e da China. Eles conseguiram desenvolver um vírus da gripe mutante e atenuado, que funcionou bem como vacina em testes feitos com ratos e furões e garantiu proteção contra duas variações do vírus da gripe ao mesmo tempo. Se essa vacina se mostrar eficaz contra outras variedades do vírus, poderemos ter no futuro uma única vacina contra a doença — dessas que tomamos uma vez, e pronto. O resultado da pesquisa foi divulgado nesta quinta-feira (18) pela revista científica Science.
style="display:block" data-ad-format="autorelaxed" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="7514086806">Desenvolver vacinas é uma tarefa bastante complexa. E ainda mais quando se trata de um vírus que sofre mutações em velocidades que deixam a ciência comendo poeira. No organismo, o influenza age de forma ardilosa, desarmando uma ferramenta de defesa do corpo que é acionada quando há uma invasão por algum ser estranho. Assim, não atacamos o inimigo, e ele nos causa os conhecidos sintomas de febre, tosse, catarro e dores que pode evoluir para quadros graves e até ser fatal.
Outra característica do vírus é a grande diversidade genética. Existem três tipos de vírus – A, B e C –, e uma diversidade de subtipos. Atualmente, as vacinas existentes mais usadas possuem pedacinhos inativados de cada subtipo. Por exemplo, a vacina trivalente, oferecida no Brasil pela rede pública de saúde quando há epidemias, possui pedacinhos que protegem contra o H1N1 e o H3N2 — dois subtipos do vírus do tipo A – e contra um subtipo do tipo B.
E é claro que proteger a população contra toda essa variedade de vírus que muda rapidamente significa altos gastos
A problemática não para por aí. Há ainda uma grande preocupação entre os cientistas de que o poderoso e mortífero vírus da gripe aviária, como os subtipos H1 e H7, que atualmente é transmitido apenas de aves para humanos, sofra mutações que o tornem transmissíveis entre as pessoas. “O que se acredita é que novos subtipos vão surgir. E a vacina precisaria ter 9, 10 ou mais pedacinhos para proteger todo mundo”, diz Antonio Carlos Pignatari, infectologista do Hospital 9 de Julho.
Fonte: UOL
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