Niyantri Ramakrishnan, diretora de Transformação Digital da divisão farmacêutica da Bayer na América Latina e no Brasil — Foto: Divulgação/Bayer

Niyantri Ramakrishnan, diretora de Transformação Digital da divisão farmacêutica da Bayer na América Latina e no Brasil — Foto: Divulgação/Bayer

 

 

A indiana Niyantri Ramakrishnan, diretora de transformação digital da Bayer na América Latina, é responsável por uma plataforma tecnológica usada por 10 mil médicos no Brasil

 

by Rafael Faustino | ÉPOCA NEGÓCIOS

 

Índia, Estados Unidos, Portugal e Brasil. A trajetória da indiana Niyantri Ramakrishnan é rica em experiências e influências diversas. Em cada um dos países em que esteve ou atuou, a executiva precisou desafiar padrões estabelecidos, seja pessoal ou profissionalmente.

Sua carreira teve início nos Estados Unidos, onde ela trabalhou em consultoria estratégica, seguindo para a Europa, com foco nos setores financeiro e hoteleiro. Ela liderou iniciativas estratégicas, desde otimização de custos e novos modelos de negócios, até inovação e transformação digital. Mas, ao final, acabou se voltando para a ciência, uma área que sempre a interessou.

O resultado é uma bem-sucedida carreira na indústria farmacêutica. Após atuar em cargos de liderança na Novartis e na AstraZeneca, assumiu, em 2020, o posto de diretora de Transformação Digital da divisão farmacêutica da Bayer na América Latina e no Brasil. Hoje, ela lidera uma equipe de 14 pessoas, em um trabalho que ultrapassa as fronteiras locais. Niyantri liderou a implantação de ferramentas como o “Universo Médico”, plataforma de streaming onde médicos do mundo inteiro acessam conteúdos sobre medicina de maneira personalizada. Somente no Brasil são 10 mil usuários.

 

Em entrevista a Época NEGÓCIOS, ela conta sobre os principais desafios vividos em sua carreira.

Época NEGÓCIOS - Você passou por diversos países em sua trajetória profissional. Como isso contribuiu para sua atuação?

Na Índia, tive a sorte de ter avó, mãe e irmãs que me inspiraram. Lá, vivi a realidade da cultura patriarcal, da tradição de casamentos arranjados, do sistema de castas. Mas cresci numa família que lutava contra isso. Tive o apoio deles para me mudar para os Estados Unidos com 15 anos para estudar. Fui para lá sozinha num voo longo, de Mumbai para Detroit.

Nos EUA, a educação me proporcionou possibilidades diferentes. Na Índia eu tirei as melhores notas em contabilidade, seria meu caminho natural. Mas não era minha paixão. E, quando fui aos EUA, eu ainda não sabia o que de fato queria fazer, e havia o incentivo a pensar em diferentes áreas. Pude pensar não só na parte objetiva, matemática, ciência, etc. Mas também pensar em questionar, debater, estudar diferentes metodologias, pensar no discurso das pessoas como algo importante para a carreira. E poder combinar isso ao conhecimento mais técnico e às hard skills que eu já tinha foi ótimo.

Chamam de “soft skills”, mas para mim são “harder skills”, porque acho ainda mais complexo o processo de liderança, me relacionar com colegas, líderes e equipes e, na área da saúde, pacientes também. São desafios que levo em conta no meu trabalho de ver os médicos como humanos, além de profissionais. Então, nesses diferentes lugares, pude interconectar as oportunidades com meu propósito, o que acho fundamental. Qualquer escolha de profissão deve se tratar disso: aproveitar oportunidades que existem, mas trazendo o melhor de si.

E o que te fez chegar à área da saúde? Como foi, como mulher jovem e estrangeira, assumir posições de liderança num setor tão disputado?

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