Geração Z tem nível recorde de insatisfação com emprego

Parcela de pessoas com menos de 35 anos que relatou estar engajada com seus empregos caiu para 33% — Foto: Freepik

Parcela de pessoas com menos de 35 anos que relatou estar engajada com seus empregos caiu para 33% — Foto: Freepik

 

 

Dados da Gallup apontam que os jovens trabalhadores estão com menor nível de engajamento no emprego desde 2011

 

by Shagaly Ferreira | Época Negócios

 

Conhecidos pelo entusiasmo ao ingressar ao mundo corporativo, os jovens, nos últimos anos, têm mudado a chave do engajamento e se tornado cada vez mais desanimados em seus trabalhos. De acordo com dados da consultoria Gallup, de 2019 a 2022, a parcela de pessoas com menos de 35 anos que relatou estar engajada com seus empregos caiu de 37% para 33% — o nível mais baixo desde 2011. Ao mesmo tempo, o grupo que relatou estar desanimado subiu de 12% para 17%.

O aumento do desencanto no local de trabalho pelas novas gerações praticamente equiparou o nível de esmorecimento entre jovens e velhos, conforme a publicação.Para a consultoria, baixo engajamento traz instabilidade para as empresas e resulta em maior rotatividade de empregos e em redução de lucros. Segundo a Gallup, a falta de conexão da Geração Z com o trabalho custa à economia global US$ 7,8 trilhões por ano em perda de produtividade.

Nos componentes medidos pela pesquisa, os entrevistados de 20 e 30 anos elencaram as motivações por trás do desânimo. Na lista, segundo a Business Insider, está o sentimento de não serem olhados; de não terem alguém que incentive seu desenvolvimento; de não verem oportunidades de crescimento; além de não terem um melhor amigo no trabalho. A conclusão é de que algo no ambiente das empresas está falhando com os trabalhadores da Geração Z.

 

Efeito pandemia para a Geração Z

 Para Jim Harter, cientista-chefe na Gallup, uma grande explicação para o desalento é a mudança da era da pandemia para o trabalho remoto e híbrido. Apenas 24% dos jovens na casa dos 20 anos querem trabalhar em casa em tempo integral, em comparação com 41% na casa dos 50 e 60 anos que desejam o mesmo. Fatores como estresse pós-pandemia e normas pouco claras nas empresas também ajudam a explicar o fenômeno.

Caitlin Duffy, diretora de pesquisa da consultoria Gartner, defende uma mudança no ambiente corporativo. "Se os funcionários não estiverem engajados, provavelmente há algo sobre a maneira como seu trabalho é projetado que não é ideal", explicou a especialista.

"Se você puder otimizar isso, estará desbloqueando todo o potencial deles — em vez de restringi-lo por suposições ou processos legados ou coisas que simplesmente não se encaixam mais", completou.

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