Bayer usa ferramenta capaz de prever pedidos de demissão

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Por Jacilio Saraiva | Valor Econômico

 

A Bayer, multinacional alemã de produtos farmacêuticos e agroquímicos, está usando uma ferramenta capaz de prever pedidos de demissão dos funcionários. Baseado em recursos de inteligência artificial e machine leaning (aprendizado de máquina), o sistema fornece “níveis” de chance de perder talentos – que podem ser alto, médio e baixo – a partir de dados sobre engajamento em atividades e adesão a treinamentos. A empresa tem 6,5 mil empregados no Brasil.


“A tecnologia também indica aos líderes as principais ações a serem tomadas para evitar as perdas”, afirmou André Kraide, líder de recursos humanos da Bayer Brasil e da divisão agrícola na América Latina, durante live da série RH 4.0 do “Carreira em Destaque”, mediada pela editora de Carreira do Valor, Stela Campos.

A novidade faz parte, segundo Kraide, de uma nova frente de capacitação do quadro, desenhada para que os próprios funcionários tenham autonomia de escolher os cursos que desejam fazer na companhia. A partir de um plano individual de desenvolvimento e com a mentoria das chefias, é possível participar de pelo menos dez novos programas em 2022, com temas como liderança e “learning agility” (aprendizado rápido). “Setenta por cento do desenvolvimento de um profissional depende dele mesmo”, disse Kraide, há quase 17 anos na Bayer.

O executivo explicou que a ideia é entender o que cada funcionário planeja para a carreira, a fim de customizar as qualificações. Com o advento da pandemia, a maioria dos cursos passou a ser on-line e deve continuar assim, disse. “A exceção é para aulas que exigem atividades de cocriação.” Um dos programas em andamento é sobre letramento em diversidade e inclusão para a liderança, realizado em cinco módulos, com duas horas cada.
“A necessidade de ter currículos mais técnicos está sendo balanceada pela busca de características mais pessoais”, avaliou o executivo, que retornou à operação brasileira da Bayer no ano passado, para chefiar a área de RH. Antes, a partir de 2014, ele trabalhou em divisões de negócios do grupo no México e em Cingapura, como vice-presidente de marketing para a Ásia e o Pacífico e vice-presidente de negócios para o Sudeste Asiático e o Paquistão.


Desde o fim de abril, a Bayer também implantou novidades nos expedientes do Brasil. Liberou o retorno dos funcionários aos escritórios, em um formato híbrido, conhecido como Bayflex. Os empregados e a liderança decidem juntos como será o modelo de produção de cada equipe, de acordo com as demandas – não há um número definido de pessoas que devem estar na empresa ou dos dias da semana em que será preciso trabalhar presencialmente. “Não precisamos ter uma regra que sirva para todos”, afirmou. “Os horários e locais de trabalho serão diferentes de time para time, por tipo de negócio e épocas do ano.”

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