Christiano Silva: de cardiologista a líder de coração na BMS

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por Joni Mengaldo

 

Na sede da Bristol Myers Squibb (BMS), em São Paulo, fui recebido por Christiano Silva — ou simplesmente Chris, como é conhecido no nosso setor. Médico cardiologista e doutor em medicina pela USP, Chris trilhou um caminho singular: da prática clínica à liderança em uma das empresas mais inovadoras da indústria farmacêutica.

 

Da medicina à indústria: uma transição com propósito

Durante uma década, Chris viveu intensamente a medicina: consultório, hospitais, pronto-socorro, UTI. Sempre soube que seria cardiologista — e faria tudo de novo. Mas foi entre 2004 e 2006, ao se tornar speaker da Abbott durante o lançamento de um produto para insuficiência cardíaca, que sua trajetória começou a mudar. Em 2007, aceitou o convite para ser Gerente Médico da empresa e, seis meses depois, migrou para a área comercial, encerrando sua atuação clínica.

 

A carreira internacional e os aprendizados da maturidade

Em 2009, Chris embarca para a Alemanha como Diretor Associado de Marketing da Boehringer Ingelheim, liderando globalmente o anticoagulante oral Pradaxa. “Na Alemanha, eu quebrei a cara. Não estava completamente pronto para aquele papel”, relembra. Foi um momento de frustração, mas também de crescimento. “Foi um grande processo de amadurecimento e gestão de frustrações.”

De volta ao Brasil em 2012, assume a Unidade de Negócios de HIV na Abbvie, liderando Kaletra, e depois a Diretoria de Excelência Comercial. Em 2015, chega à Sanofi para liderar a área cardiovascular e na sequência as áreas de diabetes e hospitalar. Em 2018, assume seu primeiro cargo de Gerente Geral na Biogen Brasil — e transforma a afiliada. De 50 para 150 colaboradores, crescimento de vendas, protagonismo e ambição. “O Brasil se tornou uma das cinco maiores filiais do mundo”, celebrando.

 

Liderança global e retorno ao Brasil

Em 2021, Chris é expatriado para os Estados Unidos como Líder Global do Tofersen, e em 2022 assume a Biogen Espanha e o cluster ibérico. Em junho de 2025, retorna ao Brasil como Gerente Geral da BMS.

Para ele, liderar é “fazer o time dançar a música que você está escutando”. É escutar, ensinar, compartilhar, aprender. “O Gerente Geral é uma referência, mesmo em dias ruins. Uma palavra pode passar uma mensagem diferente daquela que você pretendia comunicar. Você está sempre sendo observado.”

 

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Intuição, ética e o ato de amor da liderança

Chris aprendeu a valorizar a intuição. “Decido com dados, mas deixo espaço para o que sinto, para minha intuição.”

Reconhece que tem um estilo proativo, e que pode ser mal interpretado, sempre acreditando que o líder deve se importar com as pessoas. “Liderar é um ato de amor”, diz, citando o livro “O Monge e o Executivo”.

Para os jovens, aconselha: “Sejam curiosos. Ir além da sua função é o que te faz crescer. Mostre seu talento, conheça novas áreas e pessoas.”

 

A BMS e o protagonismo na inovação

Na visão de Chris, a BMS é uma das empresas que mais contribuíram para a inovação farmacêutica em mais de 100 anos de história, com histórico em“Infectologia, imunologia, cardiologia, oncologia — tendo impacto real.” A estratégia segue apostando em inovação disruptiva, com foco em oncologia, hematologia, neurociência, imunologia, dermatologia e cardiologia.

Sobre o Brasil, destaca: “É um dos maiores mercados do mundo, com diversidade e potencial para pesquisa clínica. Mas precisamos valorizar a inovação, que tem jornada e custo. A BMS quer discutir seriamente o acesso, público e privado.”

 

Propósito e legado

Na BMS, todos são convidados a refletir: “Por quem você trabalha?” Para Chris, a resposta está nas pessoas. “Impactar vidas com melanoma, câncer de pulmão, intestino, fígado — é isso que deve nos mover.”

No ESMO, a BMS apresentou mais de 50 publicações, próprias ou em parceria, com foco em salvar e melhorar vidas. “A empresa é uma usina de oportunidades.”

 

Raízes e humanidade

Chris não se define pelo cargo, mas por quem é. “Sou filho do seu Zé, da padaria em São Lourenço (MG), flamenguista e pai da Juju.” Valoriza as relações construídas ao longo da carreira e se orgulha do legado que está deixando.

“Estar com pessoas é o que me dá energia. Ouvir, ensinar, compartilhar, ajudar — é isso que me faz feliz.”

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