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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

 

"Ouçam! O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto. Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um".

Jesus Cristo

 

by Joni Mengaldo 

 

Você já se sentiu sozinho mesmo estando rodeado de pessoas? Você já se pegou checando o celular compulsivamente enquanto conversava com alguém? Você já se decepcionou com a superficialidade das interações na atualidade, nas redes sociais ou ao nosso redor?

Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, talvez você esteja sofrendo de um fenômeno chamado "intimidade artificial".

A intimidade artificial é a ilusão de se conectar verdadeiramente com o outro em meio à atenção que é dividida com as tecnologias digitais.

É a sensação de estar próximo, mas ao mesmo tempo distante, de quem está ao nosso lado ou do outro lado da tela. É a busca por uma satisfação emocional que não se concretiza na realidade.

Recentemente, aconteceu a SXSW, maior feira de inovação e tecnologia do mundo que acontece anualmente em Austin, no Texas. Se engana quem pensa que na SXSW só se fala sobre tecnologia. Vários temas foram abordados sobre nós, seres humanos e o que nos torna únicos.

A psicoterapeuta e professora da Universidade de Nova York, Esther Perel, deu uma palestra onde falou sobre a intimidade artificial que vivemos. Se considerarmos que muitos relacionamentos são criados por meio da tecnologia, não é incomum que gere a ansiedade por respostas cada vez mais rápidas e por vezes, superficiais; as relações atuais de trabalho, pessoais e até nossa espiritualidade tendem a ficar sobre o solo. Divisões entre um papo com um amigo e o celular são comuns e viram concorrentes, gerando um comprometimento entre nossas escutas e conexões.

Esse fenômeno tem se tornado cada vez mais comum na sociedade atual, que depende e demanda tecnologia para quase tudo.

A tecnologia nos oferece inúmeras possibilidades de comunicação, informação, entretenimento e até mesmo afeto. Mas também nos expõe a uma overdose de estímulos, distrações e expectativas que podem comprometer a qualidade das nossas relações humanas.

Segundo especialistas, a intimidade artificial pode gerar diversos problemas psicológicos e sociais, como solidão, ansiedade, depressão, baixa autoestima, falta de empatia e dificuldade de criar vínculos duradouros. Além disso, pode levar a uma busca por substitutos artificiais para a intimidade real, como aplicativos que simulam um par romântico ou uma amizade virtual.

Mas como evitar ou superar a intimidade artificial? Como resgatar o valor e o prazer das relações autênticas e profundas? Como equilibrar o uso da tecnologia com o cuidado com a nossa saúde mental e emocional?

Não há uma resposta única ou fácil para essas questões. Mas há algumas dicas para nos ajudar nesse desafio:

. Estabeleça limites para o uso da tecnologia. Desligue as notificações desnecessárias, evite checar o celular a todo momento, reserve períodos do dia para ficar offline e priorize atividades que não envolvam telas;

. Cultive a presença e a atenção plena. Quando estiver com alguém, dedique-se inteiramente à conversa, olhe nos olhos, escute com interesse, expresse seus sentimentos e opiniões. Quando estiver sozinho, aproveite para se conectar consigo mesmo, meditar, respirar, relaxar;

. Busque relações de qualidade e não de quantidade. Escolha pessoas que compartilhem dos seus valores, interesses e objetivos. Invista tempo e energia nas relações que te fazem bem, que te apoiam, que te inspiram. Não se contente com relações superficiais, vazias ou tóxicas;

. Não tenha medo de se expor e se vulnerabilizar. A intimidade requer confiança, sinceridade e coragem. Não tenha vergonha de mostrar quem você é, de falar sobre seus sonhos, medos e desejos. Não tenha receio de pedir ajuda, de oferecer ajuda, de demonstrar afeto e gratidão, claro que não devemos fazer isso com todos e de qualquer modo, mas verdadeiros amigos maduros podem contribuir;

. Não substitua a intimidade real pela artificial. A tecnologia pode ser uma ferramenta útil para manter o contato com pessoas que estão longe ou para conhecer novas pessoas. Mas não pode substituir o contato físico, o calor humano, o abraço apertado. Não se iluda com as aparências, os filtros, os likes. Não se isole do mundo real.

Essa semana estive com um amigo que passa por uma situação seríssima. Interessante que não nos encontrávamos pessoalmente há algum tempo. Nos vimos dois domingos atrás e, mesmo com todo o tempo sem encontrarmos, percebi nas “entrelinhas” que tinha algo.

Me prontifiquei a encontrarmos e pelos compromissos, agendas e situação não nos falamos na semana passada e neste último domingo encontramos novamente e numa troca rápida de palavras percebi que a situação era profunda. Alguns colegas chegaram e não entramos no assunto.

Ao chegar em casa, na hora do almoço, enviei uma mensagem e nos encontramos na última segunda à noite. Seu momento é muito delicado e não posso fazer quase nada, só o ouvi, mas em suas palavras, agradeceu muito por poder falar e compartilhar seu momento.

Jesus ensinou muito por parábolas, e veja o trecho em destaque acima; Ele diz que as sementes são as palavras e se plantadas em terreno pedregoso permanecem por pouco tempo. Outras palavras são semeadas entre espinhos, ou seja, as preocupações da nossa vida, o engano das riquezas e os anseios, a sufocam, tornando-a infrutífera.

E por último alguns são como a semente ou a palavra lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão uma colheita de trinta, sessenta e até cem por um" com aquilo que aprenderam.

Somos comparados com alguns tipos de terrenos, duros e áridos, pedregosos ou férteis.

A intimidade artificial é um desafio para as relações humanas na era digital. Mas não é uma sentença definitiva. Podemos usar a tecnologia a nosso favor, sem deixar que ela nos domine ou nos afaste do que realmente importa: o amor-próprio e o amor ao próximo.

Que cada um de nós, seja um terreno extremamente fértil, que sejamos sensíveis aqueles que nos cercam, oferecendo um relacionamento genuíno e nobre. Você pode se considerar qual tipo de terreno?

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Joni Mengaldo - criador do DikaJob, cristão, ítalo-brasileiro, casado com a Helenice, pai do Bruno e do Gabriel. Atua com ensino, treinamento, consultoria, como professor e palestrante em assuntos sobre competências, comportamento, motivação, liderança e dinâmicas.

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